domingo, março 16, 2008

[Música, séries] Breve História do Jazz - (14) - O primeiro Gigante branco do Jazz



Amigos do blog! A breve história do jazz está de volta - para a alegria dos meus cinco leitores – com força renovada. Nos últimos três capítulos falamos das contribuições de Louis Armstrong e da revolução feita por ele. A importância do músico solista no lugar do aspecto coletivo das antigas tradições de Nova Orleans foi uma delas e a partir de agora a tarefa é “localizar” e dar nomes aos seus discípulos ou cúmplices nessa história que nos remete a segunda metade da década de 20.
Dos anos anteriores da criação do jazz até seu primeiro registro em 1917 tudo o que sabemos nos foi “contado”. Não havia gravações e a única forma de conhecer certos dados histórico nos foi revelado oralmente. Ao lado da “revolução” de Louis Armstrong nos anos 20, está outra “revolução” fundamental para o advento de músicos e de público: a tecnológica. Todo lar americano de classe-média tinha um fonógrafo e se o músico não pudesse chegar até você, sua música chegava. A geografia do jazz apontava nos primeiros anos da década de 20 para Chicago e foi lá que um garoto branco escutou pela primeira vez os “Hot Five” e se tornou o primeiro gigante “branco” do jazz.
Bix Beiderbecke vinha de uma família de músicos amadores e foi criado em uma obscura cidade de Iowa. Ao ver seu crescente interesse pela corneta – já tocava piano desde os 7 anos – seus pais o matricularam em uma Academia militar para afastar do jovem Bix qualquer possibilidade de se tornar músico. A decisão foi certa mas o endereço da Escola era o errado; Bix foi estudar em um lugar tão somente a alguns minutos de trem de Chicago, a capital mundial do jazz. Logo começou a freqüentar a noite da cidade – nos bares, cafés e prostíbulos – e antes de ser expulso por indisciplina da Academia, Beiderbecke já tinha formado seu primeiro grupo,os “Wolverines”.
Como muitos da sua geração, Bix compreendeu que não poderia ser Louis Armstrong e a única saída era buscar seu próprio estilo. Seus contemporâneos afirmam que sua corneta soava como “uma mulher dizendo sim” e onde os solos de Armstrong – na estrutura de uma canção – eram rápidos e ferozes, os de Bix eram suaves e melódicos. Suas improvisações eram verdadeiras recriações da melodia original e a “claridade” de seu sopro o levou ao título do primeiro gigante “branco do jazz”. Bix foi encontrado morto em uma pensão de quinta categoria em Nova Iorque em 1931. Tinha somente 27 anos.

Um comentário:

Agnes R. disse...

Epa, comigo são seis!