sexta-feira, maio 30, 2008

[gastronomia] Caponata

Como a última vez que publiquei receitinhas do meu amigo Du Morgado foi só sucesso, repito a dose. Aí vai um prato italiano vegetariano que eu tive o prazer de provar no reveillon deste ano, quando Du colocou seus dotes na mesa e nos deliciou com uma ceia de reis.


Ingredientes:
• Azeite
• Abobrinha
• Berinjela
• Cebola picada
• Salsão picado
• Pimentão amarelo
• Pimentão vermelho
• Pimentão verde
• Alcaparras
• Uva passa branca
• Tomilho
• Manjericão

Modo de preparo:
1. Corte a berinjela, a abobrinha, pimentões em tiras médias, tempere com sal e pimenta, regue com azeite e leve ao forno.
2. Pique a cebola e o salão e refogue com azeite em frigideira anti-aderente.
3. Junte as alcaparras e as uvas passa brancas picadas (quase um purê). Em seguida junte o manjericão e o tomilho picados e regue tudo com azeite.

Dicas: Fica melhor se servida fria no dia seguinte do preparo. Pode ser guardada na geladeira por uma semana.

quinta-feira, maio 29, 2008

Simpsonize

Pra quem é fã como eu!


quarta-feira, maio 28, 2008

Histórias da vida real

reproduzo, na íntegra, repotagem publicada no último dia 25 de maio, na Folha:

Mulher diz que pegou contramão da Imigrantes para evitar pedágio

Uma professora aposentada de 58 anos dirigiu por cerca de oito quilômetros na contramão na rodovia dos Imigrantes na noite de anteontem, em pleno horário de pico da descida para o litoral de São Paulo durante o feriado.

Com o seu Fiat Uno 2007, ela obrigou cerca de 350 carros a desviarem do seu veículo, furou um bloqueio policial e só parou ao chegar perto de um posto da Polícia Rodoviária Estadual. À polícia, ela alegou que decidiu voltar pela contramão após perceber que não teria dinheiro para pagar o pedágio.

Segundo a concessionária Ecovias, responsável pela administração da rodovia, funcionários do pedágio do km 32 da Imigrantes viram, por volta das 22h10 de anteontem, o Uno da professora Lídia Vitielo parar a cerca de 300 metros da praça de cobrança. Ela manobrou, entrou na contramão pela pista da esquerda e acelerou em direção a São Paulo.

Durante o trajeto pela contramão, ela foi acompanhada por um carro da Polícia Rodoviária Estadual, que a seguiu pelo acostamento.

Funcionários da Ecovias e da polícia tentaram diminuir o fluxo de veículos que iam em direção à aposentada montando um "falso comboio" --veículos da concessionária foram para a pista para forçar os demais motoristas a reduzir a velocidade-- na altura do km 24 da rodovia, segundo Eduardo Gregório, gerente de operações da concessionária.

Simultaneamente, policiais rodoviários montaram um bloqueio parcial da pista na altura do km 25. A aposentada, porém, desviou o carro do bloqueio e não parou. Depois de guiar por um período de sete minutos, a aposentada decidiu parar. O espelho retrovisor e o vidro da lateral traseira do veículo estavam danificados. A polícia não soube dizer o que causou os danos.

Exames

A professora foi detida e levada para o pronto-socorro municipal de São Bernardo do Campo, no ABC. Isso porque, segundo a polícia, ela aparentava estar embriagada e não tinha condições de ser interrogada.

Ela concordou em fazer um exame de sangue que revelará se consumiu álcool. Após passar a noite em observação, foi liberada na manhã de ontem.

O resultado do exame determinará se ela será indiciada por dirigir embriagada. Caso o exame dê negativo, ela responderá apenas por direção perigosa.

No carro da aposentada, foram encontradas três latas de cerveja fechadas.

Uma amiga da filha adotiva de Lídia disse que a aposentada é alcoólatra e sofre de problemas psicológicos. Ela, ainda segundo essa amiga, foi internada por cerca de dois meses em um hospital psiquiátrico.

A filha dela, Roseli Frederico, 40, disse que a professora havia saído de casa, em São Roque (a 59 km de SP), na terça-feira dizendo que iria a um médico. "Ela já tinha dito que queria me matar", disse.

Dinheiro

Em depoimento à polícia, a professora alegou que não tinha dinheiro para pagar o pedágio, no valor de R$ 15,40. A Ecovias dá duas opções a motoristas nessa situação. A primeira é levar um boleto bancário para pagar a dívida em cinco dias e seguir viagem. A segunda opção é ser escoltado pela polícia até o próximo retorno e voltar ao ponto de partida.

Segundo a polícia, não é a primeira vez neste ano que um motorista é flagrado dirigindo na contramão da rodovia dos Imigrantes. No dia 5 de abril, um engenheiro de 29 anos foi detido às 3h por policiais rodoviários no km 20.

O motorista, segundo a polícia, também aparentava estar embriagado e se recusou a fazer o teste de dosagem alcoólica. Segundo a polícia, ele dirigiu por aproximadamente cinco quilômetros e não bateu em ninguém. Disse ao ser detido que havia se enganado de pista.

terça-feira, maio 27, 2008

Mais Blindness



Texto que saiu na Folha do próprio Fernando Meirelles sobre o encontro.


Depois de uma semana que pareceu uma verdadeira montanha russa emocional, saí de Cannes no sábado e fui para Lisboa mostrar o filme “Ensaio sobre a Cegueira” para o autor da história, José Saramago.
Por meses, antecipei o quanto a sessão me deixaria ansioso -e não estava errado. Infelizmente, o cine São Jorge, que nos foi reservado, não tinha projeção digital, então foi improvisado um sistema para passarmos nossa fita. Pensei em desistir de mostrar o filme ao ver um teste da projeção, mas o escritor já estava na sala de espera e, em respeito ao compromisso, achei melhor ir em frente.

Sentei-me ao seu lado, expliquei aos poucos amigos presentes que só havia legendas em francês e começamos a ver o filme. Sofri cada vez que uma imagem não aparecia ou que uma música mal soava. Ele assistiu ao filme todo mudo e sem reação nenhuma. Ao final da sessão, quando os créditos começaram a subir, sua mulher, Pilar, debruçou-se sobre Saramago e me agradeceu, emocionada. Silêncio ao meu lado. Antes de terminar os créditos principais, as luzes do cinema foram acesas, eu ousei olhar para o lado e vi que ele fitava a tela sem reação, como se estivesse interessado no nome dos assistentes de cenografia que passavam.

Deu tudo errado, pensei. Toquei seu braço levemente e lhe falei que ele não precisava comentar nada naquele momento, mas, então, com uma voz embargada, ele me disse, pausadamente: “Fernando, eu me sinto tão feliz hoje, ao terminar de ver este filme, como quando acabei de escrever “O Ensaio sobre a Cegueira’”. Apenas agradeci e ficamos ali quietos. Dois marmanjos segurando as próprias lágrimas em silêncio. Ele passou a mão nos olhos, disfarçando a sua. Pensei no meu pai. Emoção sólida, dessas que se pode cortar em fatias com uma faca. Num impulso, beijei sua testa.

Na conversa e no jantar que se seguiram, ele disse que não considera o filme um espelho de seu trabalho e que nem poderia ser assim, pois cada pessoa tem uma sensibilidade diferente.
Disse ter gostado da experiência de ver algo que conhecia, mas que, ao mesmo tempo, não conhecia. Falou que o filme não era perfeito, mas que nunca havia assistido a um filme perfeito. Comentou algumas imagens que o emocionaram especialmente e disse ter achado o nosso Cão das Lágrimas muito doce; preferia que fosse mais agressivo.

Quando lhe contei sobre as críticas favoráveis e contrárias ao filme em Cannes, incluindo a da Folha, ele imediatamente lembrou e recontou aquela historinha do velho que vem puxando um burro montado por uma criança. Um passante vê aquilo e acha absurdo a criança estar montada enquanto um velho caminha, então eles invertem a posição. Outro passante cruza com o grupo e reclama da situação: “Como um adulto deixa uma criança a pé enquanto vai confortavelmente montado?”.

Então, os dois montam no burro, mas alguém acha aquilo uma crueldade com um animal tão pequeno.
Finalmente, resolvem ambos carregar o burro nas costas, até que outro passante observa como são estúpidos por carregar o animal. E, enfim, o velho decide voltar para a primeira situação e parar de dar importância ao que dizem. “É isso que faço sempre”, concluiu o escritor.

Acabo de deixar José Saramago e sua mulher no Ministério da Cultura de Portugal, onde está sendo exibida uma retrospectiva de seu trabalho e sua vida.
Houve uma pequena coletiva de imprensa ali, depois de visitarmos juntos a exposição. Meu filminho de menos de duas horas me pareceu muito insignificante ao ser colocado ao lado daquela obra de uma vida inteira.

FERNANDO MEIRELLES é o diretor de “Ensaio sobre a Cegueira”, “Cidade de Deus” (2002) e “O Jardineiro Fiel” (2005), entre outros

domingo, maio 25, 2008

[mundo] LSD Testing (British Troops)

[Literatura, séries] - "Noir" - Dashiell Hammett - "A mulher no escuro"



Em um famoso ensaio chamado “A arte singela do assassinato”, o mestre Raymond Chandler comentou que Dashiell Hammet “(....) tirou o assassinato dos ambientes elegantes e o jogou nas vielas(...)”. O pai do gênero noir dotou de um inédito realismo as tramas policiais até então impregnadas de pistas inverossímeis e resoluções baseadas no intelecto do investigador. Para Hammet, o trabalho de um detetive estava nas ruas, nas esquinas e no contato diário com o cidadão comum – ou com o delinqüente.
É sempre interessante relembrar que o próprio Hammet trabalhou como detetive na Agência Pinkerton durante sete anos.
“Mulher no escuro” foi publicado na revista Liberty – em três partes – em abril de 1933.
Hammet estava no auge de sua carreira literária e o que escreveu depois nunca repetiu o êxito alcançado até essa data.
A narrativa começa quando uma mulher – aparentemente ferida – aparece inesperadamente na casa de Brazil: é noite e em 1933 nenhuma mulher ousaria tocar na porta de um homem desconhecido. Mas ela é a “mulher no escuro”.Ele, um ex-presidiário envolvido em assassinato.
Escrito com singela simplicidade e diálogos curtos e diretos, o livro é uma pequena jóia do universo de Hammet.

Trecho escolhido:
“Acho que estava esperando que alguma coisa acontecesse, algo que me indicaria que direção tomar. Bem, quem apareceu foi você.
É o suficiente”.

sábado, maio 24, 2008

[mundo / subversão] Ovo nele

Um estudante húngaro atira ovos em Steve Ballmer durante palestra do CEO da Microsoft na Hungria. Acusando Microsoft de vender produtos desnecesarios ao governo Húngaro, devido a vinda de Ballmer à Hungria para assinar acordos com o governo. Leia mais…

Un estudiante húngaro lanza huevos a Steve Ballmer durante conferencia del CEO de la Microsoft en Hungria. Acusando Microsoft de vender productos desnecesarios al gobierno Húngaro, debido a venida de Ballmer a Hungria para firmar acuerdos con el gobierno. Lea más…





sexta-feira, maio 23, 2008

[Música, séries] - Breve História do Jazz - (17) - "Tudo é Jazz!"



Com a mudança da geografia do jazz para Chicago, esse estilo musical recebeu novas influências que o fizeram se distanciar cada vez mais de Nova Orleans. Como vimos no capítulo anterior, o trombone foi perdendo terreno ao saxofone e os arranjos eram constituídos de uma forma mais compacta: a separação entre as texturas do solista e do conjunto ficaram visíveis e o jazz ganhou uma maior variedade expressiva apontando para o futuro caminho das Big-Bands.
A “diáspora” para Chicago pouco tem a ver com os motivos estéticos; enquanto um músico no Sul cobrava dois dólares e meio por atuação , na nova capital do jazz um instrumentista acompanhante sacava quarenta dólares semanais.
O repertório baseado no blues e no ragtime já não seduziam os músicos na segunda metade dos anos 20; o som “branco” de Chicago bebeu na fonte da música popular americana – não somente por necessidades musicais e muito pela demanda do “novo” público formado pelas rádios e pelo aparecimento da indústria fonográfica. O jazz entrou fundo no mercado de consumo de massas e foi difícil defini-lo entre a enorme influencia que teve dentro da Cultura Popular Americana. Nos anos 20 tudo era “Jazz”!
O Primeiro filme sonoro de todos os tempos – “O Cantor de Jazz” – estrelado por Al Jolson é um exemplo disso; a trilha da película poderia ser definida como Jazz? Estava muito mais próxima da música popular do que propriamente o jazz como conhecemos. As canções clássicas de George Gershwin poderia ser classificadas nesse estilo?
Não. Porém tudo o que estava em moda – no final dos anos 20 em um país Chamado Estados Unidos da América – era chamado de “jazz”.

quinta-feira, maio 22, 2008

[literatura] O escuro mundo de Bukowski

"...Encontrei ali um hotel barato (...) e fiquei na cama, bebendo. Estive bebendo durante um certo tempo, três ou quatro dias. Não consegui levantar para ler as ofertas de trabalho. A idéia de me sentar em frente a um homem sentado detrás de uma escrivaninha e contar a ele que queria um trabalho, que estava capacitado para fazer este trabalho, era demais para mim. Francamente, estava horrorizado com a vida, com tudo que um homem tinha que fazer só para comer, dormir e poder se vestir. Então, ficava na cama e bebia..."

"...Encontré allí un hotel barato (...) y me quedé en la cama y bebí. Estuve bebiendo durante un cierto tiempo, tres o cuatro días. No conseguí levantarme para leer las ofertas de trabajo. La idea de sentarme enfrente de un hombre sentado detrás de un esritorio y contarle que deseaba un trabajo, que estaba capacitado para hacer este trabajo, era demasiado para mí. Francamente, estaba horrorizado de la vida, de todo lo que un hombre tenía que hacer sólo para comer, dormir y poder vestirse. Así que me quedaba en la cama y bebía..."

Do livro Factotum (acho que em português se chama Misto-quente)

[Cine, Séries] - 25 anos sem Fassbinder - "Viagem a Niklashausen"



Aproveito o embalo de “Maio de 68” para comentar “Viagem a Niklashausen” - quarto filme dirigido por Fassbinder no ano de 70.
Carregado de imagens alegóricas e personagens “messiânicos”, o diretor alemão alude a diversos movimentos revolucionários ao longo da História; o mesmo maio de 68 em Paris, os Panteras negras e as revoluções socialistas abortadas no terceiro mundo.
É um filme difícil , sem uma estrutura de narrativa definida e repleta de personagens verborrágicos. Fassbinder rompe com qualquer interpretação naturalista, tudo o que se diz é “discursivo” e “retórico” – depois de uma hora de projeção o espectador pode se ver incomodado.
A película inicia com a estória de um Pastor que proclama ter visto a Virgem; nesse encontro, a Imaculada pede ao jovem que mobilize uma revolução contra as autoridades políticas vigentes. O Pastor consegue reunir 50 mil fiéis que o identificam como o “Novo Messias” e ganha uma série de assessores ao longo de suas peregrinações; uma jovem camponesa, um suspeitável homem de jaqueta negra (interpretado pelo próprio Fassbinder) e o misterioso Antonio – personagem inspirado no mesmo “Antonio das Mortes” de Glauber Rocha.
Os dias de rebelião não vão longe; o Bispo local decide abafar o movimento e condenar o jovem religioso a fogueira. O próprio povo não está preparado para a luta e desiste da revolução.
Mergulhado em alegorias e teatralidade, “Viagem a Niklashausen” relata os perigos que uma revolução pode causar ao seus próprios criadores; a vaidade ou o excesso de utopia podem cegar seus líderes e levá-los para longe da realidade. E uma simples viagem a Niklashausen pode se tornar uma viagem a lugar nenhum.

quarta-feira, maio 21, 2008

O Link

Opa, aí o link:
http://www.zdf.de/ZDFmediathek/content/492880?inPopup=true

Imigrantes alemães no Brasil

Fala galera,

isso aqui é o link de um filme feito pra televisão alemã por uma produtora chamada Medi-cine. Eu os ajudei a encontrar os alemães no Brasil. (Eddie Rocksteady productions, hehe) Achei bacana o resultado, o único detalhe é que é só em alemão. Mas curtam pelo menos um pouco da onda da peli. Abraço!

domingo, maio 18, 2008

[internet] Aniversário de Tu Casa

Queridos, como já havíamos comentado antes, hoje este blog completa dois aninhos de vida. O prometido novo layout ainda está atrasado, mas para vocês não reclamarem, aí embaixo vai um post especial de aniversário. Pensei em escrever sobre o que se passava no dia 18 de maio de 2006, quando nascemos. Mas acabei me deparando com um maio muito mais importante.

[mundo] Maio de 68

Há exatos 40 anos, o que parecia uma de tantas simples manifestações estudantis em Paris, desencadeou o que veio a ser a mais significativa revolução popular do século XX.



Descontentes com a disciplina rígida, os currículos escolares e a estrutura acadêmica conservadora, estudantes da Universidade de Nanterre, na capital francesa, começaram uma série de protestos e a ocupação do campus, apoiados por professores progressistas.

A decisão da reitoria de fechar a faculdade, em 3 de maio, levou a Sorbonne abrir as portas para os alunos de Nanterre. O autoritarismo com que o governo de Charles de Gaulle perseguiu os estudantes, fechando a Sorbonne, fez com que ganhassem o apoio de outras classes sociais.

O que estava implíscito nessa revolta e que talvez explique todo o movimento de Maio de 68 é que a verdadeira razão de tal insatisfação não estava no atraso das universidades. O que esses estudantes e professores pediam não era simplesmente uma uma adaptação acadêmica às necessidades sociais da época. Para eles, quem deveria adaptar-se aos novos tempos era a própria sociedade moderna, com seu modo de vida trivial e burguês, reprimido e repressor.

Influenciados pelos estudantes, operários de Paris iniciaram protestos, ocupando fábricas e organizando passeatas e greves. Também os trabalhadores exigiam modificações, também eles achavam que o sistema que não respeitava as jornadas laborais, as aposentadorias, e as férias, entre outras coisas, deveria mudar radicalmente.



Não demora muito para novas classes se unirem aos protestos e surgirem as barricadas. E o que começou como uma greve de estudantes, agora era uma clara contestação política ao regime gaulista. Está aberta a porta da revolução. Chega a era do "É proibido proibir". Até que, em 10 de maio, estoura o maior confronto entre os grevistas e a polícia até o momento. De Gaulle ordena que a revolta seja varrida das ruas a qualquer preço.



Os policiais lançam bombas de gás lacrimogêneo, respondidas com pedras e outras armas improvisadas pelos jovens, episódio que ficou conhecido como "A Noite das Barricadas". Nos dias seguintes, continuam as manifestações, e cerca de 150 carros são danificados ou incendiados.

Paris, com o calçamento revirado, vidraças partidas, postes caídos e carros incendiados, assumiu ares de cidade rebelada. No alto das casas e prédios tremulavam bandeiras negras dos anarquistas. De 18 de maio a 7 de junho, 9 milhões de franceses declararam-se em greve geral. A princípio, o governo francês fica paralisado. Mas a situação é controlada no final de maio, com violenta repressão. No total são mais de 1,5 mil feridos.



O movimento de Paris foi só o estoupim para uma "guerra" que esperava na sompra para estourar em muitos outros países. Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Suíça, Dinamarca, Espanha, Reino Unido, Polônia, México, Argentina e Chile vêem seus estudantes e trabalhadores seguirem o exemplo e ir às ruas protestar contra a situação do pós-guerra, as guerras e as ocupações imperialistas. Os hippies estadounidenses pedem o fim da Guerra do Vietnam.



No Brasil há manifestações estudantis contra o Regime Militar de 1964 e a reforma universitária proposta pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), em 1967, que adota o modelo norte-americano de educação.

Pode-se dizer que a conturbada década de 70 foi em parte produto das manifestações que começaram naquele campus em Paris. Na crista da onda das transformações, surgem nomes nas artes e nas academias que viriam a influenciar os jovens e mudar para sempre os códigos de comportamento dentro da sociedade.

Em Paris, não podemos deixar de citar os estudantes que lideraram os protestos de maio: Alan Geismar e Jacques Sauvageot, Daniel Cohn-Bendit ou "Dany le rouge", famoso por sua cabeleira vermelha.

No mundo da música, emergiam as "estrelas rebeldes". Jimi Hendrix, Janes Joplin, Lennon e cia. cantavam pedindo paz, mas embalados pelo LSD e vestidos de maneira "escandalosa" para a época. As danças, o figurino e o comportamento desses ídolos, indo em contra da ideologia burguesa não hesitaram em entrar na vida da juventude de então.



Talvez seja a primeira vez na história em que grande parte do mundo tenha lutado junta, usando os mesmos métodos e pelos mesmo objetivos. Falando de uma forma genérica, os trabalhadores reivindicavam melhores salários e revisão das leis trabalhistas; os intelectuais, mudanças radicais nas estruturas sociais; e os estudantes, uma reforma mais democrática do ensino.

Em parte, o movimento sustentava–se na tese da “nova esquerda”, desenvolvida por Marcuse – onde não só o proletariado, mas os jovens e excluídos da sociedade burguesa também eram considerados força de transformação da história. E realmente, no século XX não se tem notícia de outra revolução que tenha causado tantas mudanças nos costumes, na cultura e nas artes como o Maio de 68.

sábado, maio 17, 2008

Photoshop no som

A Terra vai tremer ... agora em inimagináveis freqüências!
Mais uma inovaçäo tecnológica promete revolucionar pra sempre a produçäo musical. A expectativa é de impactos comparáveis aos do surgimento da guitarra elétrica nos anos 40 e do sintetizador analógico nos anos 70. Está previsto para junho deste ano (mês que vem) o lançamento do Melodyne 2. Desenvolvido por Peter Neubacker, da Celemony, o software permite algo até entäo impossível: a quebra de acordes de instrumentos gravados.

Por meio da tecnologia pioneira Direct Note Access, o novo Melodyne torna viável a manipulaçäo individual de cada nota do que já foi gravado no Mundo. Por exemplo, possibilita a modificaçäo das notas dos acordes e do solo que Jimmy Hendrix fez em 1967 na música Little Wing, presente no disco Axis: Bold as Love. Tudo a partir da própria gravaçäo original.

Para entender melhor, de uma olhada neste vídeo:



Piraçäo total!!!

quarta-feira, maio 14, 2008

[cine] Blindmess

É hoje. É hoje...
Acabou a tortura para curiosos, fofoqueiros e cinéfilos como eu (a ordem não é necessariamente esta). A 61ª edição do festival de Cannes começa hoje e quem abre sua mostra competitiva é ninguém menos que Fernando Meirelles. Não é que eu seja vip e esteja na lista dos convidados para o festival, mas isso é indício de que em muito pouco tempo o filme já vai estar pululando pelos sites de torrent.

Se você esteve ultimamente em Marte e não sabe do que eu estou falando, Blindness é a última produção do diretor de Cidade de Deus e trata-se de uma adaptação de um dos meus livros preferidos, Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago (sim, sim, sei que é clichê, mas fazer o quê se é uma obra sensacional?).

No elenco de Blindness, nomes de peso, como Julianne Moore, Danny Glover e - meus preferidos - Gael García Bernal e Sandra Oh. Volto a insistir, se você é cinéfilo, prepare-se que tem mais: Charlie Kaufman, em sua estréia como diretor, e Walter Salles, com seu "Linha de Passe" também estarão no páreo.

Deixo aqui o trailer de Blindness, para ir "matando o gusano", como dizem os espanhóis.

terça-feira, maio 13, 2008

Blu animation



nossa... porque nego faz isso...hehehe
sem noção... sem palavras...

domingo, maio 11, 2008

Grace Weston é uma fotógrafa estadounidense que tem um impressionante trabalho. Ela cria cenas em miniatura que mexem com os sentidos do espectador. Seja simplesmente pela estética perfeitamente cuidada ou pela mensagem que passam algumas de suas fotos, seu trabalho não deixa indiferente.

Grace Weston es una fotógrafa estadounidense que tiene un impresionante trabajo. Ella crea escenas en miniatura que aguzan los sentidos del espectador. Sea simplemente por la estética perfectamente cuidada o por el mensaje que pasam algunas de sus fotos, su trabajo no deja indiferente.



sábado, maio 10, 2008

[Arte] Peter Jansen

O artista Peter Jansen faz um trabalho bem interessante, cria esculturas de sequencias de movimentos de corpos humanos.

Materia utilizado: Poliamida

Peter Jansen site: Humanmotions

quinta-feira, maio 08, 2008

[mundo] metro japão

Pra você juventude que pensava que pegava metrô lotado.

domingo, maio 04, 2008

[blog] Aniversário de Tu Casa

Queridos, este mês nossa casa está completando 2 anos de existência. Para melhorar algumas coisinhas, estamos fazendo uma série de testes com layout, recursos para o usuário, etc. Não estranhe. Até o dia 18, data oficial do aniversário, vai estar tudo feito.

sábado, maio 03, 2008

[pala] Um semestre de español

A todo guiri que vier morar aqui em casa vou ensinar essa música primeiro.

[mundo] Marcha da maconha

1. Porque o tráfico mata mais do que o consumo
2. Porque o tabaco e o álcool são dogas mais agressivas e são legais
3. Porque cada um faz o que quer com sua saúde
4. Porque tem poderes medicinais

Por esses e outra tonelada de motivos, participe.

[cultura/ TV] Glauber Rocha na TV Brasil

Quando estive no Brasil, em janeiro, fiquei bastante impressionada com a programação da TV pública criada há não muito tempo. Muita gente nem sabia ainda que esse canal existia, o que é uma pena, porque eles passam um monte de filmes nacionais, têm programas interessantes de entrevista, cinema e outras coisas. Agora, eu vi esta notícia na Folha Online:

A TV Brasil, emissora pública criada por iniciativa do governo federal, começará a exibir a série inédita "Sertão Glauber", assinada por Paloma Rocha, filha do cineasta que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, no próximo dia 13.

Dividida em oito capítulos, com 30 minutos cada, a série será transmitida de terça a sexta-feira, sempre às 0h10. A própria filha do cineasta cedeu o material à TV Brasil.

Os documentários mostram a história do filme "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro". A produção teve seus negativos destruídos em um incêndio há mais de 30 anos e foi restaurada. O filme restaurado estreou no Brasil no último Cine Ceará.

Os documentários mostram o método de criação de Glauber, a reconstrução do cenário político e cultural no qual o filme foi concebido e revela entrevista inédita de Glauber feita pelo cineasta Martin Scorcese, dividida em três blocos de 10 minutos.

Paloma Rocha assina produção e direção e Joel Pizzini também é responsável pela direção da série. "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" foi realizado em 1969 pelo cineasta baiano. No elenco estão Maurício do Valle, Odete Laura, Othon Bastos, Hugo Carvana, entre outros.

quinta-feira, maio 01, 2008

[Literatura, séries] - Noir - Raymond Chandler - "O longo adeus"



“The Long Goodbye” é considerado um dos grandes romances da literatura Americana do século XX. Ao lado de Dashiell Hammett, Raymond Chandler deu a narrativa policial o status “artístico” que faltava ao gênero. Esses autores começaram a publicar seus contos nas revistas chamadas “pulp” – com papel de celulose barato e preços acessíveis, o típico “ler e jogar fora” – que obtiveram enorme êxito editorial nos Estados Unidos na época da depressão. Detetives frios e sentimentais, belas mulheres que exploram ao máximo sua sensualidade em troca de benefícios financeiros e a barra-pesada dos sub-mundos de São Francisco e Nova Iorque. A literatura “noir” introduziu no gênero policial o realismo que faltava as obras de seus antecessores. A descoberta de um caso é fruto de muita investigação – seja nas ruas ou nos ambientes mais requintados – e não de uma inspiração divina surgida de “sextos sentidos”.
No caso de Raymond Chandler, a beleza feminina geralmente está associada ao trágico, ao crime, a morte. Sua principal criação, o detetive Philip Marlowe, é ético sem ser moralista, vive de forma honesta e não se fascina pelo dinheiro – algo quase inconcebível em uma Los Angeles sitiada pelo crime organizado e pelo glamour da Industria de Hollywood.
“O Longo Adeus” é o sexto romance de Chandler, escrito em 1953 e levado às telas por Robert Altman nos anos 70. Nele, o detetive Marlowe se vê em um caso onde assassinato, fuga e suicídio se fundem em um entorno onde a traição e a lealdade são postas em cena; tudo começa quando nosso protagonista resolve ajudar um bêbado que não consegue conduzir seu próprio rolls royce, ao lado de uma femme fatale, na noite de São Francisco. A partir de um gesto solidário, Marlowe trava amizade com Terry Lennox – homem de passado obscuro casado com um belo exemplar do gênero feminino. Um dia Lennox aparece em seu apartamento com uma automática calibre médio, um passaporte falso e a oferta de 500 dólares para que Marlowe o leve até o aeroporto, onde pegará um vôo até Tijuana. Sem perguntas.
Em um longo adeus.

Trecho escolhido:
“- Eu sou um escritor. Eu deveria saber por que as pessoas piram. Mas não entendo porra nenhuma a respeito de ninguém.”

A mitologia Suprasensorial, representacorisco.com

Barbaritzem!!

Sente o naipe da macacada!