quarta-feira, janeiro 09, 2008
[Cine, séries] - 25 anos sem Fassbinder - "O amor é mais frio que a morte"
Primeiro longa-metragem de Fassbinder, “O amor é mais frio que a morte” concorreu a indicação de “Melhor filme” no Festival de Berlin de 1969. Filmado em apenas 24 dias, a película foi financiada pelos próprios atores do grupo Anti-teater, liderado por Fassbinder.
A obra é fundamental para compreender a primeira fase do cineasta; formado nos palcos de Munich, Fassbinder dirige seu primeiro longa com uma grande influencia dos seus anos no Teatro. A polêmica já está presente no quesito forma; a fotografia é praticamente estilizada por planos fixos e enquadramentos médios sem movimentos de câmara. O próprio diretor – em entrevistas na época – optou por esse caminho porque queria preservar a dramaturgia do roteiro; muitos anos depois, seu primeiro diretor de fotografia revelou que tudo não passava de escassez de recursos econômicos. Quanto mais simples fosse o plano, menos filme se gastaria ou quanto mais estática fosse a câmera, menos riscos de se exceder nas montagens. A crítica entendeu que a forma estática da película se devia a formação teatral do autor , Fassbinder não desmentiu. Hoje é um clássico do Novo Cinema Alemão.
Fassbinder protagoniza uma estória de gangsters, amor e incompreensão; ele mesmo interpreta Franz, um bandido que decide atuar por conta própria apesar dos assédios do Sindicato do Crime. Em um desse encontros com a organização conhece Bruno, outro criminal desgarrado; Franz o convida para morar com ele e sua namorada – uma prostituta interpretada pela jovem Hanna Schygulla – e a planejar um assalto.
Os planos lentos, a câmera enquadrada no limite da ação do personagens e os escassos diálogos insinuam a enorme solidão existente entre eles; o amor – em muitos casos – é realmente muito mais frio que a morte.
No próximo capítulo, a segunda obra do diretor: “ Katzelmacher”.
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