Rapeize,
Pelos comentários no post anterior, acho que a maioria acredita na diferença entre o tempero da nossa arte/comportamento e o da nossa desonestidade.
Também acredito, mas não é a realidade histórica do pensamento coletivo e da cultura do brasileiro. Como SOCIEDADE (individualmente a coisa muda, abaixo explico) ainda não diferenciamos.
Precisamos trabalhar para que no futuro essa distancia seja parte do dia-a-dia. Nossas vivências pessoais, agora que devido à idade circulamos pelas entranhas, e de pessoas próximas acho que comprovam minha teoria.
Essa semana ouvi uma cineasta espanhola (cujo nome não encontrei) dizer no radio uma frase, que pode parecer um pouco hippie, mas pode também acrescentar alguma coisa:
“Liberdade é recusar um cheque muito alto.”
E quando tocamos neste assunto, o cheque nem precisa ser tão alto assim pra fazer a gente tremer. (Tá certo que tem muita gente precisada, eu sei… e já falei disso.)
Acredito que temos uma missão dura, duríssima, que só nossos netos podem começar a ver resultados. Mas que sim é possível. Depende de cada brasileiro.
E acredito que é possível por um simples motivo: Conhecer de perto corações bons. Muitos brasileiros. Principalmente os mais humildes. Gente que divide na alta o pouco que tem. (Me parece utópico demais dar o seu ao próximo e ficar sem. Acredito em Lei da Sobrevivência).
Me lembro muito de quando o skater David me levou pra SP em 1994 +-, e um brother dele do bairro da liberdade (que eu infelizmente nunca mais tive contato) me levou pra sua casa. Era muito pobre. E, confesso, talvez pela minha idade e bagagem, fiquei um pouco assustado.
Pelo seu lado, o brother (que vacilo hein, não lembrar o nome do camarada) sua mãe e família me davam tudo. Do mais baratinho e recicladinho com certeza, mas não faltava um cafézinho, um almoço, um banho, uma cama dentro da condições que estavam ao seu alcance.
Por esses toques de sensibilidade que a vida te dá é que tento cultivar em mim e com os seres com quem me relaciono o Valor Maior. O do BEM ABSOLUTO! Aquele que nunca vamos alcançar mais sempre devemos buscar.
Bom, já que estamos nesse nível de sensibilidade e sem querer ser piegas, comento aos que não sabem, que esse é o meu conceito de Deus. RELIGION OFF!
Valeu Nininha,
Valeu Tonico,
Valeu Pinduca e
Valeu Alê,
Muita Saudade!
sábado, agosto 18, 2007
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Um comentário:
Tenho tentado, cada vez mais, parar com uma análise dos prós e dos contras das coisas que acontecem em um determinado país através de uma conexão com a cultura do povo. Cada vez mais vejo que somos todos humanos (um passo a frente dos macacos) variados em cada lugar do mundo. O grau de desenvolvimento e a cultura dos povos derivam, na minha opinião, do conjunto de leis, da cultura local e dos exemplos que os líderes passam para a população.
Outro caminho que leva a melhoria da qualidade de vida é a conscientização coletiva da população. Este processo, apesar de estar ocorrendo em velocidades cada vez maiores, ainda é um pouco utópico, porém é essencial para a consolidação do processo evolutivo da sociedade. Em outras palavras, acho difícil que ele seja o propulsor da mudança, por outro lado, pode ser fundamental como um elemento adicional, ou até um catalisador. Acho que o processo de conscientização faz parte mais de uma mudança espiritual do que social.
A impunidade dos abastados no Brasil é, para mim, uma das principais causas dos nossos problemas. Nesse ponto acho que a OAB foi feliz, porém suas intenções são dúbias. Será que eles querem melhorar as coisas como um todo ou simplesmente queimar de vez o PT? Até a mulher que dizia que tinha medo do Lula aparece na campanha??
Acho que nós brasileiros temos que trabalhar, defender nossos interesses como nação e não como indivíduo e parar de achar que nós somos melhores ou piores por causa disto ou daquilo. Temos que aprender separar o que é nossa cultura do que são nossos princípios.
Minha opinião é que enquanto os políticos continuarem fazendo a festa sem serem punidos, dificilmente algo mudará. Temos que ter mais punição para ladrão do colarinho branco. Precisamos de mudança gradativas de políticas. Precisamos de mudanças rápidas no Judiciário. Precisamos otimizar o Poder Executivo. Precisamos de mudanças estruturais, não precisamos de romantismo, isto a gente deixa para as artes e para a cultura.
Pensamentos randômicos: "será que se eu separar meu lixo adianta alguma coisa se o governo não provém uma destinação correta para o mesmo?"
"será que as pessoas vão mudar seu comportamento se não vêem o exemplo nos seus líderes?"
"será que a certeza da impunidade não contribui com a criminalidade?"
"será que adianta dar esmola para um pedinte?"
Brasileiro não é melhor nem pior que os outros, apenas diferente. Não tem criatividade mágica. Não é mais nem menos trabalhador. Não é mais nem menos honesto.
Brasileiro teve sua personalidade moldada de acordo com o ambiente em que vive, assim como todos cidadãos do mundo.
Saí escrevendo sem parar para pensar muito, mas foi...
Abraços,
Ricardo Pioli
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