terça-feira, dezembro 11, 2007

[ Música / séries ] Breve História do Jazz (11) - Nasce uma estrela -Parte 2




Relembrando o capítulo anterior, Louis Armstrong deixou sua Nova Orleans natal para tocar com o grupo de King Oliver, em Chicago. A banda de Oliver era o melhor que havia no tradicional estilo Diexland e para Louis não deixou de ser um aprendizado. Depois de um tempo, o jovem cornetista sentiu a necessidade de expandir seus domínios como músico já que Oliver concebia o jazz como um estilo coletivo, sem espaço para vôos solos de seus componentes e Louis se sentia cada vez mais polido. Armstrong tinha uma capacidade técnica e rítmica muito além de seus companheiros e uma imaginação melódica que não cabia na estrutura das bandas desse estilo. Louis decidiu seguir seu próprio caminho e inventou a era do solista em que a banda “parava” para que um de seus músicos improvisasse e desenvolvesse sua técnica. E isso mudou tudo.
Com a palavra o crítico Ted Gioia :“Ele, mais que ninguém, sinalizou o caminho de uma concepção mais complexa e sofisticada do solo de jazz,o qual mudaria esta música para sempre.”
O caso é que se você – amigo do blog tucasamicasa – for a um show de jazz hoje, no dia 11 de dezembro de 2007, e ver um músico solando enquanto os demais se encarregam da base harmônica, isso começou com Louis Armstrong.
Em 1922 Louis deixa a banda de King Oliver repetindo o velho binômio criador/criatura: Armstrong deveu tudo ao estilo de Nova Orleans e as improvisações coletivas ao ritmo swing de seus antecessores porém agora era o momento de matá-lo, ou superá-lo? O enfoque individualista do instrumento que o jovem cornetista preconizava batia de frente com o estilo Diexland em que ele foi criado. Tanto a exuberância da sua linha melódica como sua potência sonora reclamavam a atenção do ouvinte: era o fim do coletivo e o ínicio da era do solista. O triunfo do espírito mais individualista do músico mudaria a direção do jazz e decretaria o fim do estilo de Nova Orleans. No próximo capítulo, mais Armstrong e os comentários sobre as duas obras-primas do jazz do século XX: os “Hot five” e os “Hot seven”.

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