terça-feira, abril 01, 2008

[Cine, séries] - 25 anos sem Fassbinder - "Deuses da Peste"



Continuação do seu primeiro filme - “O amor é mais frio que a morte” - “Deuses da Peste” é uma estória de gangsters sem perseguição de carro e tiroteios desnecessários. Fassbinder volta com o argumento da reconstrução da Alemanha no meio de uma classe-média perdida, sem direção. A mesma classe média que entra para o crime organizado.
O diretor retoma os cenários do sub-mundo de Munique, onde Joanna é cantora de um clube noturno freqüentado por gente de conduta duvidosa. Seu ex – namorado, Franz, sai da prisão e ao visitá-la compreende que já não a ama mais. Joanna – interpretada por Hanna Schygulla - sofre com a indiferença de Franz e sua vingança chegará nas mãos de seu amante, um policial corrupto que tem como incumbência vigiar os passos do rapaz recém saído da prisão.
“Deuses da Peste” é o mais lírico filme da fase inicial de Fassbinder; o protagonista parece estar mergulhado em si mesmo em busca de sensações perdidas, como em um longo processo de auto-conhecimento. O máximo que ele consegue é se relacionar com diferentes mulheres e cair no crime novamente. O final trágico está anunciado em seu enigmático e terno olhar presente nos 90 minutos de película.
Filmado em 5 semanas, em preto e branco e com montagem do próprio Rainer, “Deuses da Peste” estreou em 1970 na “Viennale de Viena”. É considerado a melhor obra do jovem cineasta Fassbinder.

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