quarta-feira, outubro 24, 2007
[cine / série] Série 25 anos sem Fassbinder
Rainer Werner Fassbinder foi polêmico e contraditório, amado e odiado em proporção equivalentes e nos deixou uma obra cinematográfica espantosa; mais de 40 filmes em 15 anos de carreira. Uma vida intensa que teve seu fim prematuro há 25 anos, em uma desastrada mistura de soníferos e cocaína. Aos amigos do blog convido a acompanhar essa pequena série de comentários sobre quatro filmes do aclamado diretor alemão, em homenagem ao vigésimo quinto aniversário de sua morte.
Nascido na Bavária em 1945, Fassbinder era filho direto da pós-guerra e da reconstrução da Alemanha progressista. Rodou seu primeiro curta aos 21 anos e dois anos depois fundou o grupo Anti-Teatro em Munich. Em 1969 estréia seu primeiro filme “ O amor é mais frio que a morte” e recebe uma indicação para o urso de ouro do Festival de Berlin. Tido como uma nova promessa do cinema alemão, o diretor atinge a inacreditável produção de 4 películas ao ano. Enquanto jovens cineastas de sua geração procuravam subsídios governamentais ou tentavam montar empresas de captação, Fassbinder trabalhava com orçamento modesto e equipamento emprestado. Filmava com planos fixos, fechados e tomadas únicas – sem direito a repetição. A crítica entendeu que isso era um recurso estilístico devido a formação teatral do diretor e ele não desmentiu. Seu segundo filme – o cultuado “Katzelmacher” – abusava dos planos estáticos e a recusa de usar as possibilidades técnicas da câmara era apenas uma forma de não “destruir a dramaturgia”.Muitos anos depois, seu diretor de fotografia confirmou que tudo não passava de escassez de equipamento e falta de estrutura técnica. Sua forma de fazer cinema sempre se caracterizou pelo atrevimento formal e temático, o que implicou em flertar com diversos estilos de narração sem abandonar o realismo.
Fassbinder foi um dos mais ásperos críticos sociais da pós-guerra; seus personagens eram os mesmos que havia visto na infância de uma Alemanha divida entre a liberdade do lado Aliado e a áspera realidade da cortina de ferro.
Em seu primeiro curta, em um personagem interpretado por ele mesmo, dizia que “gostaria de ver um drama com um final feliz”. Repassando sua filmografia, vemos que esse desejo nunca se realizou em sua obra. Ao longo dos anos Fassbinder foi consolidando seu nome no circuito cinematográfico Europeu, onde conseguiu dirigir produções com grandes orçamentos e equipe técnica profissional. O maior exemplo é “Lili Marlene”, filme que comentaremos mais adiante. O ritmo alucinado de sua vida somado a uma dedicação obsessiva ao cinema, levou ao diretor a um fatal ataque do coração com apenas 36 anos. Foi o mais reverenciado diretor alemão da pós-guerra.
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Um comentário:
Oba, série nova! Oba, cine!! Oba, grande diretor alemão!!!
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