sábado, julho 29, 2006

Erykah Badu em Barcelona


Foda quando a expectativa de um espetáculo é alta, e ainda assim, ela é superada. Nesta quinta-feira, senti isso acontecer no show da cantora americana de raízes negras, Erykah Badu.
Partindo pro local do evento, descemos na plaza España, estavamos atravessando a rua e quem vejo? BNegao. Na mesma função, seguindo pro show da Badu. Trocamos idéias, havia tocado por aqui no dia anterior na sala Apolo, tava com o credencial do dia anterior e disse que ia meter o Ko pra ver se rolava de entrar na faixa. De fora não ia ficar, entre “ardistas” sempre há uma cortesia.
Entramos na parada. Começa o show da Buika, artista local, uma mescla música espanhola, jazz, bossa, chamando a atenção ao baixao acústico de sonoridade macia preenchendo a atmosfera, junto ao cajón, piano e a cozinha. Massaroca demais, mas depois de umas 5 músicas, a pilha miou.
Nao podimos reclamar da qualidade do som, da acústica do lugar, a coisa tava boa...Chega o intervalo...
Estávamos, Eu, Manu e Marina, tomando aquela cervejinha no conta gotas, na miguelagem de desembolsar 3 eurolis num copo de cerva, que evaporava fácil no calor de mais de 30 graus. Só dava para refrescar a bochecha e aumentar a sede, na vontade de mergulhar numa bacia gigante cerveja e usar o snoker como canudinho.
Chega à hora, entra no palco a patota de músicos responsável por fazer o swing ficar macio, duas backing vocals juntando-se a cama que os músicos já armavam pra entrada triunfal desta diva da black music, que logo aparece impecável com um black power estilosíssimo, posiciona-se entre o bagulho que solta os beats e uma groove box. De baixo da luz que a ilumina, comanda a percussão eletrônica da groove box, fazendo um som futurista, anunciando sua entrada como se fosse uma enviada extra-terrestre, e que enviada hein!
Aperta o play, solta o beat, Erykah Badu deslizava suavemente com sua voz e sua presença pelas linhas do soul, black e hip hop. Passeando pelo grave do baixo, teclado na medida, percussão, bateria, sampler e instrumento de sopro (que se não me engano era uma flauta), harmonia total.
Erykah brincava com sua voz, melodias deliciosas, mostrando ser uma artista consagrada por excelência pelo seu talento musical. Conduziu no comando dos microfones, da percussão eletrônica, dos scratchs e samplers como quem não está para um papel de coadjuvante. Sem precisar de participação especial de artista convidado para segurar a cadencia do espetáculo, como fazem outras pop-stars do gênero , e estas se bobear ainda cantam em play-back.
Pela primeira vez se apresentando em terras espanholas, tocou músicas de vários discos, passando pelos mais antigos até chegar ao worlwide underground. Destaque para Love of my life, que me fez arrepiar até o último fio de cabelo da minha careca.
Show fodaço! Valeu todos os níqueis gastos, agora é só baixar a discografia completa e ficar lembrando de cada momento.

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