Sábado à noite. Pela segunda vez na minha vida - por um motivo que agora sim vem ao caso - precisei ligar para a polícia. Estava no sofá vendo Tempestade de Gelo, do Ang Lee, no Telecine Cult, quando escutei gritos: "Pára!!! Pára!!! Vem bater em mim, seu filho da puta!!! Larga a minha mae!".
Putz. Será que o vizinho - evangélico - tá batendo na mulher? Babado forte!! Encostei o ouvido na parede. Nada, menos mal. Fui até a varanda e vi um cara descendo o cassete em uma mulher no meio da rua. Os carros passando, tentando desviar, e seguindo adiante.
Disquei 190. Atendeu a mesma Für Elise de Beethoven, só que desta vez durou "apenas" uns 30 segundos para eu falar com uma voz humana:
- Boa noite. Em que posso ajudar?
- Tem uma mulher sendo espancada na frente da minha casa.
- Onde a Sra. mora?
- Na rua XXX.
- Ah, já sei. É um indivíduo ameaçando uma mulher com uma faca, né?
- Nao sei, moço. Estou na varanda e realmente nao dá para ver se ele tem uma faca, mas está espancando a mulher.
- Deve ser o mesmo. Já ligaram aí dessa rua para avisar há uns minutos. Nao se preocupe que a viatura já foi para o local.
Cinco, 10, 15 minutos se passaram e cara cansou da brincadeira. Espancador e espancada foram cada um para o seu lado.
Ninguém apareceu.
Assim segue a vida no Brasil...
domingo, março 15, 2009
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2 comentários:
Já passei por uma situação idêntica. Estava de bobeira em casa num sábado à noite. Era umas 4 da manhã. De repente comecei a ouvir uma gritaria.
Olhei pela janela, tinha um carro parado c/ as portas abertas e um rapaz sentando a mão na namorada. Liguei para a polícia e o diálogo não foi mto diferente do seu. Não veio nenhuma viatura, o cara cansou de bater e eles foram embora. Detalhe: o posto da PM ficava a dois quarteirões dali.
Orgulho de ser brasileiro?
É melhor ouvir a Für Elise de Beethoven em São Paulo quando passa o camião de gás. O Tom Zé e o Lourenço Mutarelli pelo menos se amarram! Beijos!
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