domingo, fevereiro 17, 2008

Obsama

comentàrio muito interessante sobre o futuro presidente de los Estados...

crèditos: alves-jota@uol.com.br

Cartas do Brasil
Obama e Osama

O que aconteceria com um homem de cor com o nome de Barak Hussein Obama ao desembarcar em um aeroporto internacional dos Estados Unidos?
O mundo dá muitas voltas e com elas vai deixando poeira cósmica que influencia a vida dos terráqueos muito mais que os seus horóscopos. Nunca diga: dessa água não beberei. Lembre-se: aqui se faz aqui se paga. Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Quem diria que um dia os Estados Unidos poderia ter um presidente com o nome parecidíssimo com os de seus dois maiores inimigos: Osama Bin Laden e Saddam Hussein. Um já assassinado. O outro, procurado como o inimigo Number One.

Ao iniciar o ano, Vovó Fifina-meu anjo negro de 95 anos - respondeu: “todos com o nome Obama, Osana, Oganda, Otama, Obanda, são da mesma linhagem, meu tataravô, escravo em Minas, era um príncipe da tribo dos kenyatas, povo dos avós de Obama, o candidato à presidência do país mais rico e poderoso do planeta.”.

Vovó Fifina mandou-me parar de usar. J, ponto, e passar a escrever J por extenso (Jota). Depois disso dei-me bem, muito bem. Políticos, artistas e empresários a procuram para a leitura de letras e números. Quando eu convidei o criador de Mais que nada e Chove, Chuva, para o baile de carnaval no Waldorf Astoria ele era o espetacular e inovador Jorge Ben. Anos mais tarde, passou a ser Jorge Benjor. Madonna acrescentou um N e estourou nas paradas. Cassius Clay foi o grande campeão Mohamed Ali. Edson Arantes do Nascimento é mais um nome brasileiro, o Rei é Pelé. Flores, cores, perfumes, números, letras, apelidos, podem influenciar pessoas.

Na seqüência, e já de madrugada, Vovó abriu os panos da África (um deles, segundo ela, tem mais de duzentos anos) “chamou” e começou a falar em dialeto, pediu nomes dos presidentes dos Estados Unidos. A “entidade” queria ouvir a pronuncia e o ritmo das palavras. Às pressas falei: Lincoln, Grant, Nixon, Carter, Roosevelt, Bush, Washington, Eisenhower, Truman, Ford, Jefferson, Kennedy, Hoover, Johnson.

Ela soltou uma baforada, suspirou e foi tropeçando nas palavras da entidade: “nunca teve um presidente Castro, Martinez, Restrepo, Kusinsky, Goldberg, Kenyata, Silva, Alves, Rodrigues, Timochenko, Mastroianni, Corleone, é tudo nome das origens deles, lá dos fundos da Inglaterra, dos emigrantes brancos das Oropas, o nome é que dá vida às pessoas, por isso os pais têm que ter muito cuidado e pensar bem no nome e nos apelidos que dão aos filhos”.

-Obama tem alguma chance real de ser o presidente?

“Chance tem, ta fazendo bonito e é bonito, por dentro e por fora, mas a tradição não deixa a gente ganhar. Olha os nomes que ele ta enfrentando: Clinton e McKain. Nomes de estirpe, de linhagem, que vem de muito longe”.

-Ele deve trocar ou criar um nome político, como Lula, por exemplo?

“Muito tarde”. “A guerra que o pai fez contra o Iraque e depois a destruição que o filho ta fazendo num berço da civilização é justificado pondo a culpa em Hussein. E Obama não podia prever que Osama ia fazer o que fez, né”.

-Então, ser negro não é o problema de Obama?

“Claro que nos Estados Unidos é, e sempre será. Mas ele carrega uma carga muito pesada: Barak Hussein Obama, mais que africano é mulçumano. Bush e a sua turma são os novos cruzados. Eles são os do Bem, os outros os do Mal”.

- Mas, e se ele ganhar?

“Uma maravilha dos céus, uma benção e uma vingança. Os que querem a guerra e os que vivem das guerras não vão deixá-lo em paz um só minuto. Vão fazer piada, trocadilho e muita pressão em cima dele. Mas, vão ter que sentar no molhado e aceitar um Hussein e um Obama, sem S. Aí vai começar uma nova história. Quero ta viva pra ver um negro de nome muçulmano presidente dos Estados Unidos”.

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