sábado, setembro 01, 2007

[Música, séries] Breve História do jazz (9) - A segunda corneta



Se Jelly Roll Morton foi o compositor mais profícuo do estilo Nova Orleans , King Oliver seguramente foi um dos músicos que mais registro nos deixou desse gênero. Com a sua insuperável Creole Jazz band, Oliver deixou um legado de gravações de extrema importância e encarnava como poucos o espírito coletivo das bandas dessa época. Era mais um cornetista negro que deixou o sul dos Estados Unidos para tentar a sorte em Chicago, em 1918; como todos de sua geração, cresceu justamente no período pós-guerra civil em que os desfiles das bandas de rua estava no auge. Aos 15 anos já tocava em várias delas e influenciado pela emigração de seus contemporâneos, toma rumo ao bairro negro de Chicago , onde jovens brancos de classe média de toda a América também emigraram atraídos pela cena musical local.
Os melhores críticos de jazz são unânimes em afirmar que King Oliver não era o melhor cornetista dos anos 20 ou o compositor mais criativo, porém tinha o feeling necessário para conduzir sua banda no melhor estilo Nova Orleans: cada instrumento desempenhava um papel específico, em prol de uma estética coletiva, com o trombone, clarinete e a corneta na linha de frente, fiel ao contraponto característico desse estilo.
King Oliver inovou a cena do jazz ao incluir em sua banda uma segunda corneta, algo até então inédito naquela época. O que queria com essa inclusão ainda é motivo de especulação; alguns afirmam que era para aumentar o nível musical da Creole Jazz Band, outros dizem que a principal motivação era o apreço que Oliver sentia por um jovem cornetista de Nova Orleans, chamado Louis Amostrong.
Com a chegada desse músico a banda de King Oliver, o jazz nunca mais foi o mesmo.
No próximo capítulo, tentarei explicar o fenônemo de que como um pobre menino criado no bairro da luz vermelha de Nova Orleans se converteu no mais influente músico de jazz de todos os tempos.

Um comentário:

9h disse...

Menezes querido.

Tô seguindo felizão!

Fiquei na expectativa se vc vai colocar Louis Armstrong como mais influente que Miles Davis ou Charlie "Bird" Parker.