segunda-feira, janeiro 28, 2008

O alpinista

Sempre achei o Leandro Hassum, o gordinho dos seguranças aloprados do Porra Total, muito comédia. Confere aqui o cara dando uma idéia sobre alpinistas, dublês e quebra de recordes em geral. É ou não é isso mesmo...

sábado, janeiro 26, 2008

[foto / arte / design] John Heartfield x Hitler

as sementes da morte / las semillas de la muerte

esta é a paz que eles no trazem / esta es la paz que ellos traen

superman

sangue/sangre

não tenha medo. ele é vegetariano / no tenga miedo. el es vegetariano


John Heartfield foi um dos dadaístas mais importantes da história. Por meio da colagem, conseguiu carregar de emoção e mensagem suas imagens de uma maneira pouco vista até então.

A junção de pedaços de fotografias e recortes de jornais também foi a base para criar suas peças gráficas. Muitas delas para a revista “Der Dada” que ele mesmo editava em Berlin antes da 2ª Guerra Mundial.

Logo antes do Nazismo dominar a Alemanha ele foi para a Tchecoslováquia. Mas durou muito. A exibição de seu trabalho por lá começou a enfraquecer as relações entre os dois países. Heartfield acabou indo para a Inglaterra onde permaneceu até o final da década de 40, quando finalmente pode voltar para a sua terra.

Tem um livro que aprofunda: Heartfield Versus Hitler, de John Willett.

Mais sobre a vida e a obra de Heartfield AQUI.

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John Heartfield era uno de los dadaístas más importantes de la historia. Por medio del “collage”, logró cargar de emoción y mensaje sus imágenes de una manera poco vista hasta entonces.

La ensambladura del pedazos de fotografías y de recortes de periódicos también era la base para crear sus piezas gráficas. Muchas de ellas para la revista “Der Dada” que él mismo editaba en Berlín antes de la guerra mundial 2ª.

Justo antes del Nazismo dominar Alemania, él se fue a Checoslovaquia. Pero no duró mucho. La exposición de su trabajo por allá comenzó a debilitar las relaciónes entre los dos países. Heartfield se marchó a Inglaterra, donde permaneció hasta el final de la década de 40, cuando finalmente pudo volver a su tierra.

Hay un libro que profundiza: Heartfield Versus Hitler, de John Willett.

Más sobre la vida y la obra de Heartfield AQUÍ.

[música] Frank Black Francis y los Pixies

Foto que saqué de Black y Kim en el concierto del Primavera Sounds 2006 (?). Después me quedó tirarme en un mosh extasiado por estar viendo un grupo que creci admirando. (¡Vaya fotógrafo más profesional!) ¿Te acuerdas, Gustavo?

Esta va especialmente para mi amigo Paturle. Porque “o garoto é indie”!


Se llama "El Rock del Perdedor" y es un artículo de El País Semanal sobre Frank Black con frases muy buenas del gran gordito. Habla de la vuelta y la desvuelta de los Pixies, que Kim Deal no se fía de él, que solo quiere dinero fácil y lo que él va haciendo desde entonces.

Para leerlo, AQUI.

[mundo] Elas conheciam os terroristas!!!

Caralho! Disse que os terroristas que foram presos aqui em Barcelona são os caras da confeitaria paquistanesa que as meninas gostavam de ir!!! É verdade mesmo isso Manú? De onde vc tirou essa informação?

E eu que pensei que na cultua paquistanesa não haviam bombas de chocolate!
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Joder! Han dicho que los terroristas que fueron presos en el Raval son los tíos de la pastelería paquistaní a la que las chicas solían ir!!! Es verdad esto Manú? Quién te lo ha dicho?


Y yo que pensaba que en la cultura paquistaní no habían bombas de chocolate!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

[Cine, séries] - 25 anos sem Fassbinder - "Katzelmacher"




Katzelmacher – segunda obra do diretor alemão – narra a estória de um grupo de jovens entediados e sem perspectiva de um subúrbio de Munique. Isolados na falta de capacidade de reinventar o cotidiano e afeitos a práticas provincianas de dar importância a vida alheia, os personagens – ao longo de toda a película – não transcendem a condição de mero espectadores de um destino que lhes levará a lugar nenhum. A situação muda quando um estrangeiro se apresenta como novo morador do bairro, alterando as relações cotidianas do grupo e despertando toda a classe de sentimentos entre eles: amor, nacionalismo, raiva e compaixão.
Fassbinder dirigiu “Katzelmacher” em 1969 – ano em que assinou três filmes mais – com os mesmos elementos de sua opera-prima “O amor é mais frio que a morte”: a narrativa segue com uma sucessão de planos fixos, enquadrados nos personagens sem travellings ou movimentos arriscados. Os atores – do grupo Anti-Teater – seguem estáticos em fundos brancos onde pronunciam diálogos mínimos. Alguns críticos conferiram a película o estado de “Cinema puro”.
Filmado em 9 dias e uma vez mais produzido pela própria companhia teatral de Fassbinder, “Katzelmacher” recebeu o premio da Academia Alemã de Artes Cênicas.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Grande Tim!

“ O Brasil é o único país onde, além de puta gozar, cafetão ter ciúme e traficante ser viciado, pobre é de direita. “

Tim Maia

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Desatina Rapêize!

Aproveitando a onda dançante do Zenzacional post anterior, compartilho com os prezados jovens um videozinho antigo, que muitos já devem ter visto, mas que merece respeito sempre! Desatina!



Quero ver Dona Chica X fazer igual!

[Música / Download] The Roots - Do This Well (Rarities & Remixes)

Estava eu, queimando os neurônios aqui no trampo, working hard, pra variar, quando meu amigo Esteban me envia essa pedra. Botei o som na caixa, fui aumentando de pouquinho em pouquinho os decibéis pra não apavorar com os companheiros de trabalho, e fiquei viajando nos beats enquanto trabalhava nos bytes. São 45 faixas, muitos são remixes, a melhor época (1994-1999) do “The roots”, vale a pena dar o check it out.

Estaba yo, quemando las neuronas aquí en el trabajo, working hard, como siempre, cuando mi amigo Esteban me envía este álbum. He encendido los alta-voces, le fue dando caña de poquito en poquito a la vez, para no enfadar los compañeros de curro, y me quedé flipando con los beats mientras curraba en los bytes. Son 45 canciones, muchas de ellas son remixes, la mejor época (1994 - 1999) del “The roots”, vale la pena echar un vistazo.


Do This Well (Rarities & Remixes)






01. Proceed II (feat. Roy Ayers)

02. Worldwide (London Groove)

03. Silent Treatment (Black Thoughts 87 You And Yours Mix)

04. You Got Me (Me Tienes Remix)

05. It’s All About You (Not About Me)

06. Distortion To Static (At Ease Mix)

07. Take It There (Remix) {Nonchalant}

08. Rafiki (Album Mix) {Zap Mama}

09. Silent Treatment (Da Beatminerz Mix)

10. Listen To This {Walking Large}

11. What You Want (Feat. Jaguar)

12. Proceed III (Feat. Bahamadia)

13. The Good, The Bad & The esolate

14. Distortion To Static (Freestyle Mix) Bonus 2002 Track

15. Break You Off (Original Version Feat. D’Angelo)

16. It’s Comin’

17. Distortion To Static (Ques Jim Mix)

18. Proceed (Live At The Supper Club)

19. New Year’s At Jay Dee’s

20. What They Do (Live On Jenny McCarty)

21. Silent Treatment (Street Mix)

22. Da Jawn (Bahamadia)

23. Distortion To Static(Black Thought Mix)

24. Burnin’ & Lootin’ {Bob Marley}

25. Proceed II (Butcher Mix)

26. Still Out There

27. You Got Me (Live On David Letterman)

28. Sprite Commercial

29. Proceed IV (AJ Shine’s W/O A Pause Mix)

30. The Lesson Part 2 (Instrumental)

31. The Show

32. Rafiki (Hard Mix) {Zap Mama}

33. The ‘Notic (Feat. D’Angelo)

34. Distortion To Static (At Ease Microphone Check Mix)

35. Silent Treatment (Kelo’s Mix)

36. Proceed II (Live On John Stewart)

37. Millie Pulled A Pistol On Santa

38. Listen To This (The Roots Remix)

39. Adrenaline (Live At Woodstock ’99)

40. Distortion To Static (Bob Powe Bass Mix)

41. Silent Treatment (Questions Mix)

42. Y’all Know Who

43. Proceed V (Da Beatminerz Remix)

44. You Got Me (Original Version Feat.Jill Scott)

45. The Last Track

Download

segunda-feira, janeiro 21, 2008

[pala] little indian dancer



Essa foi recomendação do camarada Bruno Hadichi.

Muito comédia! Com direito a bronca da mamãe e "sorrisão-de-dentes-de-baixo" incluído.


Me fez lembrar um post FUDIDO que o juventude Zócrulos colocou por aqui faz uma data. Se tiver na pilha de relembrar esses electro-break moves impressionantes saca ISSO. É cabuloso!

Outro revival que gostaria de fazer é para as aulas disco Sprockets Disco Technik presenteadas a nós pelo gentil DonP. Então esvazia a sala e clica AQUI que o bicho vai pegar! É Pala do mais alto teor de pureza!
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Ésta fue recomendación del camarada Bruno Hadichi.

¡Muy buena! Con derecho a bronca de la mamá y “sonrisa-de-dientes-de-bajo-fulltime” incluidos.

Me hizo recordar uno post que el juventud Zócrulos puso por aquí hace ya rato. Si te molan los electro-break moves. Mira ESTO. ¡ ¡ I-M-P-R-E-S-I-O-N-A-N-T-E ! !

Otro revival que quisiera hacer es para las clases de danza disco Sprockets Disco Technik regaladas por DonP el expediente de registro de Technik de los piñones de las lecciones de los presenteadas a nosotros por el (m)amable DonP. Despeja el salón y clica AQUÍ que la cosa se pondrá séria. ¡És “pala” del más alto teor de pureza!

terça-feira, janeiro 15, 2008

[pala] Cenas da Vida real

Ouvi outro dia, de um casal sentado perto de mim:
- A Márcia falou que quer duas.
- Quem?
- Quer.
- Quer o quê?
- Duas.
- Quem?
- Quer, amor!! Tá surdo!?

sábado, janeiro 12, 2008

[arte] Porno Tapado - de Paloma Blanco

Uma das coisas que mais eu admiro é quando alguém enxerga uma situação por um ângulo novo. Quem, quando moleque, nunca desenhou uns peitos, uns paus e umas bucetas nos personagens que ilustravam os livros do colégio?

Pois Paloma Blanco faz o contrário, encima de corpos em ação sexual de revistas pornôs clássicas, ela pinta outros corpos, em atividades que eu, você ou a tua própria mãe poderíamos estar fazendo. Mantém, no entando, as caras de tesão dos modelos pornôs originais. O resultado: uma piada visual muito boa!

E quem quiser dar uma lembrancinha divertida pro amigo, pode adquirir essa flipada em Belleza Infinita.


Una de las cosas que más admiro es cuando alguién mira una situación por un ángulo nuevo. ¿Quién, cuando chaval, nunca dibujó una tetas, unas pollas y unos coños en los personajes que ilustraban los libros del cole?

Pues Paloma Blanco hace el contrário, encima de cuerpos en acción sexual de revistas pornos clásicas, ella pinta otros cuerpos, en actividades que yo, tu o tu própia madre poderíamos estar haciendo. Mantiene, sin embargo, las caras cachondas de los modelos pornos originales. El resultado: un chiste visual buenísimo!

Y si quieres hacer un regalito guay a un colega, puedes comprar la flipada en Belleza Infinita.













quarta-feira, janeiro 09, 2008

Auf wiedersehen, Berlin! (e feliz 2008 pra macacada geral!)



As fotos tirei hoje, no trem que me levou ao aeroporto de Berlim. É o estampado, digamos, do S-Bahn (trem metropolitano), que tem as miniimagens da torre de TV, do Portão de Brandemburgo, da prefeitura e outros locais turísticos da cidade que não consegui identificar. Quando olhei rápido vi uma mistura de vassourinhas, rodos e pistolas, achei um barato! E a bike na janela indica, evidentemente, que naquele vagão podem ser transportadas as bicis, mas senti um espírito estêncil na coisa e resolvi registrar a pedalada pelos campos gelados da Prússia.

Publiquei o texto que segue há uns dois meses, no meu blog. Aproveitando o gancho de acabar de voltar de lá, onde, aliás, passei um Ano Novo memorável, aperto o replay de impressões que permanecem. Conhecendo Berlim ou não, espero que desfrutem!

Berlim é uma das minhas grandes cidades-paixões. Voltar é um pouco estranho às vezes, mas na verdade é sempre bom. Como um amor que não acaba, mas que precisa de um pouco de ar, de espaço, de tempo para renascer com força cada vez que nos encontramos.
Tenho uma relação profundamente especial com a cidade, que me causou um entusiasmo de menina assim que pus os pés na antes mítica e hoje turística Alexanderplatz. Lembro-me de acompanhar a história de Berlim ainda na escola, mesmo sem entender muito bem o que era Cortina de Ferro, por que havia duas Alemanhas que eram inimigas, qual a importância de um muro cair.
A cidade, ou pelo menos um lado dela, o ocidental, era uma ilha de capitalismo dentro de uma Alemanha comunista. Sim, porque Berlim está no lado oriental do país, que após a 2ª Guerra Mundial alinhou-se politicamente com os russos. Durante a ocupação do país pelos países aliados, a cidade foi inicialmente dividida em quatro setores: americano, inglês, francês e russo. Os três primeiros, ideologicamente afinados, reuniram-se sob o nome de Berlim Ocidental após o fim do conflito, e pertenciam à Alemanha Ocidental. O último tornou-se Berlim Oriental, a capital da Alemanha comunista.
Durante 28 anos a cidade foi duas, algo inédito no mundo. Um muro separava dois regimes em confronto, que competiam silenciosamente entre si. Tinham que impressionar-se mutuamente, demonstrar a pujança de suas altas torres, de seus edifícios arrojados e enormes, a eficiência de seus meios de transporte, a ostensiva vigilância de suas fronteiras, as benesses de seus sistemas de governo. Obviamente, a coisa parecia uma competição fraternal, do tipo que pode ser (e foi, algumas vezes) fatal, mas também um tanto pueril.
A parte ocidental da cidade era uma espécie de „Résistance“. Quem conseguia pular o muro vindo do comunismo tinha direito imediato à integração ao mundo capitalista, recebia passaporte, documentos, ajuda de custo para se estabelecer. Já quem decidia fazer a ponte aérea, migrando da Alemanha Ocidental para a „ilha“ capitalista no meio do comunismo, era dispensado do serviço militar, recebia subsídios e pagava menos impostos, e os imigrantes que chegavam à Alemanha capitalista eram estimulados a morar em Berlim Ocidental, como uma forma de não permitir que a cidade sucumbisse ao regime vermelho.
Deve ter sido realmente comovente ver todo esse embate acabar de uma hora pra outra. Especialmente para os alemães orientais. A maioria deleitou-se com as liberdades do sistema capitalista. Mas muita gente perdeu a razão de viver, especialmente quem realmente acreditava e militava pelo socialismo.
Hoje, 18 anos após a queda do muro de Berlim, a cidade é uma das mais instigantes metrópoles européias. O lado oriental foi invadido por jovens atrás de aluguéis baratos e de liberdade, numa parte antes proibida da cidade. Para acompanhar o passo da modernidade, Berlim Oriental foi sendo gradativamente revitalizada, desde Mitte, bairro central, hoje caríssimo, para os lados de Prenzlauer Berg, já um tanto chique, e atualmente a renovação se move para os lados de Friedrichshain, último refúgio (já conquistado) dos adeptos da cultura underground.
Desta vez fiquei hospedada em Friedrichshain e Prenzlauer Berg. Não estava próxima do metrô, mas em compensação andei direto de bonde, o famoso M10, que cruza os dois bairros e nas sextas e sábados à noite tem a maior concentração de boêmios e estudantes da cidade, pois é entre os dois lugares que a noite berlinense acontece. Há tantos bares, restaurantes, discotecas, festas improvisadas em casas ou edifícios clandestinos, que às vezes parece um milagre que todos consigam sobreviver financeiramente. Há público para todo tipo de serviço, o que, em uma cidade com sérias dificuldades financeiras, é louvável.
Quem vem para Berlim tem a vontade de experimentar, de criar, de conhecer e discutir novos pontos de vista sobre vários temas, encontrar o diferente, sentir-se em casa no meio de tanta informação vinda de todas as partes. Aqui todo mundo se sente livre, e a tolerância é a marca registrada da cidade. A polícia convive bem com os punks, que por sua vez abordam respeitosamente as senhoras elegantes de Charlottenburg, que têm compaixão pelos asilados políticos que acabaram de chegar, que encantam os estudantes do Leste Europeu, que adoram se divertir nas festas latinas, e todos já sabem que aqui fica a maior concentração de turcos fora da Turquia. Basta andar na rua por uns poucos quarteirões para entender porque a cidade é especial. Todos têm aqui seu lugar ao sol (ou melhor, ao vento gelado que vem da Polônia) e há uma cumplicidade cultural muito grande entre todos.
Um de meus passatempos preferidos é tomar o metrô amarelinho, de preferência cruzando o bairro multiculturalíssimo de Kreuzberg, e viajar pela cidade de uma ponta à outra. Mesmo unida, Berlim permance duas em uma. O lado oriental é mais alternativo e atualmente mais turístico, com sua juventude efervescente, subversiva e livre, circulando quase sempre de bicicleta em ruas tomadas por graffitis e cartazes de festas, por entre construções grandiosas e um tanto anacrônicas. Já o lado ocidental é mais convencional, com muita gente de muitos lugares, letreiros em vários idiomas, arquitetura mais refinada, comércio mais caro e elegante, e mais pessoas circulando em carros.
Certamente há no mundo poucas cidades tão culturalmente abrangentes como Berlim. Aqui me sinto em casa, recebida de braços abertos (e com um certo mau humor típico) pelas pessoas que aqui nasceram ou escolheram tornar-se berlinenses de coração. Desfruto da infra-estrutura duplicada que faz de Berlim tão completa, de uma oferta cultural democrática e excelente, me encanto cada vez mais com o colorido que uma cidade de clima tão cinza consegue ter por causa das pessoas que vieram pra cá, dispostas a viver uma experiência urbana única. Só em Berlim eu sou capaz de passar todo o inverno sem pensar muito sobre ele, o que não é pouca coisa.
Muito do que eu sou hoje devo a esta cidade pela qual me apaixonei no momento em que cheguei pela primeira vez, há oito anos. Obrigada por me receber mais uma vez tão bem, Berlim. Volto em breve, pode esperar.

[Cine, séries] - 25 anos sem Fassbinder - "O amor é mais frio que a morte"



Primeiro longa-metragem de Fassbinder, “O amor é mais frio que a morte” concorreu a indicação de “Melhor filme” no Festival de Berlin de 1969. Filmado em apenas 24 dias, a película foi financiada pelos próprios atores do grupo Anti-teater, liderado por Fassbinder.
A obra é fundamental para compreender a primeira fase do cineasta; formado nos palcos de Munich, Fassbinder dirige seu primeiro longa com uma grande influencia dos seus anos no Teatro. A polêmica já está presente no quesito forma; a fotografia é praticamente estilizada por planos fixos e enquadramentos médios sem movimentos de câmara. O próprio diretor – em entrevistas na época – optou por esse caminho porque queria preservar a dramaturgia do roteiro; muitos anos depois, seu primeiro diretor de fotografia revelou que tudo não passava de escassez de recursos econômicos. Quanto mais simples fosse o plano, menos filme se gastaria ou quanto mais estática fosse a câmera, menos riscos de se exceder nas montagens. A crítica entendeu que a forma estática da película se devia a formação teatral do autor , Fassbinder não desmentiu. Hoje é um clássico do Novo Cinema Alemão.
Fassbinder protagoniza uma estória de gangsters, amor e incompreensão; ele mesmo interpreta Franz, um bandido que decide atuar por conta própria apesar dos assédios do Sindicato do Crime. Em um desse encontros com a organização conhece Bruno, outro criminal desgarrado; Franz o convida para morar com ele e sua namorada – uma prostituta interpretada pela jovem Hanna Schygulla – e a planejar um assalto.
Os planos lentos, a câmera enquadrada no limite da ação do personagens e os escassos diálogos insinuam a enorme solidão existente entre eles; o amor – em muitos casos – é realmente muito mais frio que a morte.
No próximo capítulo, a segunda obra do diretor: “ Katzelmacher”.

domingo, janeiro 06, 2008

[música / séries / dwnld] Breve História do Jazz - Lembrança (Recuerdo)

Só pra lembrar que está disponível na Tu(a) Casa o link pra baixar uma coletânia da fase Hot Fives & Sevens do Sr. Armstrong. Para ir até este post clique AQUI.
Beijunda!

Solo para recordar que está disponible en Tu Casa el link para bajar una compilación de la fase Hot Fives & Sevens del Sr. Armstrong. Para ir hasta este post haz click AQUI.
Besoculo!

[ Música, séries ] Breve História do Jazz - (13) - Todo uma lenda



Dois meses depois de Louis Armstrong ter feito o mítico “Hot Five” (ver capítulo anterior), apareceu outro memorável registro de gravações chamado os “Hot Seven”.
Nesse disco o músico se apresenta como vocalista e outra revolução começa; Louis foi o inventor do “scat singing”, ou seja, do canto improvisado que executa a linha melódica de um instrumento; sem letra definida , somente com as sílabas evocando as notas que vão do mais alto ao mais agudo onde muitas vezes se reconstruía a melodia original.
O “scat singing” é uma técnica usada até hoje em qualquer apresentação de jazz e foi fundamental para a evolução do canto desse estilo. A influência do canto de Louis Armstrong chegou as mais diferentes gerações, de Billie Holiday a Frank Sinatra e passou por intérpretes dos mais variados gêneros.
A mudança de “Hot Five” para “Hot Seven” se dá devido a inclusão da bateria e da tuba no conjunto. Assim a banda ganharia uma sessão rítmica mais potente criando uma “parede” sonora mais sólida para as linhas melódicas da corneta e para a voz de Armstrong.
O sucesso dessas gravações e a repercussão que teve dentro do mundo do jazz não mudou a situação econômica de Louis, que continuava trabalhando para grupos e orquestras como músico de apoio; era admirado pelos músicos mas ainda desconhecido para o grande público.
Sua sorte mudou no dia em que trabalhava como cornetista para um espetáculo da Broadway onde Louis tinha um pequeníssimo número como vocalista. Sua mínima participação como cantor foi o bastante para chamar a atenção dos críticos do New York Times que disseram que “um membro anônimo da orquestra era o que havia melhor no espetáculo”. Depois das críticas ganharem os jornais no dia seguinte, os produtores do Musical colocaram o músico cantando de pé, em frente ao público, em primeiríssimo plano. Era o seu habitat natural. Armstrong jamais deixaria os palcos do mundo. Foi convidado a gravar um disco solo e o resto é História. Nunca mudou a receita do sucesso que lhe daria fama mundial e estabilidade econômica: exposição melódica da música no trompete + parte cantada + solo de trompete. Armstrong seguiu como embaixador do jazz nos quatro cantos do planeta e uma das figuras mediáticas mais freqüentes do imaginário popular do século XX. Todo uma lenda.

sábado, janeiro 05, 2008

[moda] Dica do dia

Segunda que vem começa o Fashion Rio, o evento que inaugura as semanas de moda no Brasil. Para quem se antena e costuma acompanhar os desfiles, aqui vai a dica: a niteroiense Homem de Barro entra pela primeira vez na passarela principal do evento. A grife, comandada pelo casal Marcio Duque e Aline Rabello Dias, emprega 300 bordadeiras em seus ateliês e tem uma coleção que é linda de morrer. Fiquem ligados que a coisa promete.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

[Cine, série] - 25 anos sem Fassbinder - "A ansiedade de Veronica Voss"



“A ansiedade de Veronika Voss” foi livremente inspirada na vida da atriz alemã Sybille Schmitz , uma estrela do cinema na época do Terceiro Reich que morreu esquecida de overdose de morfina na década de 50. Outra referência inquestionável do filme é “Sunset Boulevard”(O Crepúsculo dos Deuses) de Billy Wilder.
O jornalista Robert Krohn conhece Verônica Voss em uma noite chuvosa onde ela se apaixona pela simplicidade e pelo fato dele não lhe haver reconhecido; ela é uma ex-diva do cinema dos tempos Nazi que há anos não pisava em um platô: como o personagem de Norman Desmond de Billy Wilder, Verônica desfila glamour, personalidade e exuberância. Krohn – como o roteirista interpretado por Willian Holden em “Sunset Boulevard” – é um profissional apagado do jornalismo esportivo, com contas a pagar e uma namorada normal; ao se deparar com Veronika Voss seu mundo prosaico ganha uma nova dimensão.
Ao aprofundar essa relação, Krohn descobre como é regida a vida de uma ex-estrela do cinema; Verônica vive sob efeito de morfina em uma realidade que não é a dela e a dependência química da atriz serve a interesses financeiros de outros. O que começa como uma estória de amor, termina como um enredo de um filme policial.
Na direção, Fassbinder mistura elementos de cine “noir” e de outros gêneros dos anos 30 e 40, como o melodrama e a comédia sentimental e rende um tributo aos filmes da época de Sybille Schmitz.
Destaque para a fotografia de Xaver Schwarberger em preto e branco; segundo Verônica Voss, no cinema só há dois mistérios : a luz e a sombra.
Urso de Ouro no Festival de Berlin de 1982, o filme está no meio da trilogia iniciada com “O casamento de Maria Brown” e encerrada com “Lola”; três obras sobre a reconstrução da República Federal Alemã após a caída de Hitler.
No próximo capítulo, a estréia de Fassbinder como diretor.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

[Frase] Culebrón

"...Entonces enciende la televisión y pone un culebrón, ya sabes, gente real fingiendo que es gente falsa con problemas inventados que son vistos por gente real para olvidar sus problemas reales…"

"...Então liga a televisão e põe uma novela, já sabe, gente real fingindo que é gente falsa com problemas inventados que são vistos por gente real para esquecer seus problemas reais..."

Chuck Palahniuk